Rigidez arterial e seus determinantes em amostra de população negra de Angola e do Brasil
Nome: PEDRO MAGALHAES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 09/08/2012
Orientador:
Nome | Papel |
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JOSE GERALDO MILL | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JOSE GERALDO MILL | Orientador |
RENATO LIRIO MORELATO | Examinador Externo |
ROBERTO DE SA CUNHA | Coorientador |
SERGIO LAMEGO RODRIGUES | Examinador Interno |
Resumo: Introdução: Estudos têm mostrado maior rigidez aórtica em negros do que em caucasianos. Tendo em conta a diferença na exposição aos fatores risco cardiovascular em negros em função da região de residência, o risco de doenças vasculares difere entre populações negras de diferentes regiões geográficas. Contudo, não existem dados de estudo comparando a rigidez arterial e fatores associados entre populações negras da África e fora desse continente. Também, falta definir os valores de referência da velocidade de onda de pulso carótido-femoral (VOP) ajustados por sexo. O objectivo deste estudo foi comparar a rigidez arterial e seus determinantes entre participantes de Angola e do Brasil.
Metodologia: Foram analisados dados de 748 indivíduos que participaram em
estudos de corte transversal realizados nos períodos de 1999 a 2000 e 2009 a 2010 em Vitória-Brasil e Luanda-Angola, respectivamente. Os dados foram colectados de acordo com as directrizes do Projeto MONICA/WHO. A VOP foi medida usando o aparelho Complior SP. Os dados quantitativos foram comparados usando o teste t Student ou ANOVA, com ajuste para covariáveis de confusão através da ANCOVA. As proporções foram comparadas pelo teste χ2. A regressão linear múltipla foi usada para avaliar os preditores da VOP. Resultados: Dos 748 participantes, idade 44.2 ± 10.6 (22 a 72 anos),
615 eram de Angola e 133 do Brasil. A idade e a pressão arterial sistólica (PAS) foram similares (Angola: 44.5 ± 10.6 vs Brasil: 42.7 ± 10.6 anos, P = 0.068; PAS, Angola: 134.7 ± 24.9 vs Brasil: 134.2 ± 21.7 mmHg, P = 0.796). A pressão arterial diastólica (PAD) e pressão arterial média (PAM) foram maiores no grupo do Brasil do que de Angola (PAD: 90.1 ± 15.1 vs 82.6 ± 14 mmHg, P <0.001; PAM: 104.8 ± 16.8 vs 100 ± 16.9 mmHg, P = 0.003, respectivamente) e a pressão de pulso foi maior no grupo de Angola (52.1 ± 14.9 vs 44 ± 11.2 mmHg). A VOP foi maior no grupo do Brasil (10.4 ± 2.3 vs 9.6 ± 2 m/s, P <0.001). A diferença persistiu após ajustar para idade e pressão arterial (Brasil: 10.2 ± 1.7 vs Angola: 9.6± 1.7 m/s, P <0.001). Pela análise univariada, no grupo inteiro, a VOP esteve associada a idade, pressão arterial, razão cintura-quadril, colesterol total, glicose, ácido úrico, frequência cardíaca e ao sexo. Pela análise multivariada separada por países, os preditores da VOP comuns para ambos países foram a pressão arterial e a idade. A glicose no grupo do Brasil e o sexo no grupo de Angola, foram preditores distintos entre os dois países. Os valores de referência da VOP foram apresentados em tabelas e curvas de percentis. Conclusões: Os resultados sugerem que existe maior rigidez arterial ajustada para idade e pressão arterial no grupo do Brasil. Além da idade e da pressão arterial, outros preditores foram distintos, sugerindo diferente exposição aos fatores de risco entre os dois grupos. Os valores de referência da VOP propostos complementam dados anteriores na população Africana.
Palavras chave: Rigidez arterial, preditores, valores de referência de VOP, população negra.