DIETA RICA EM FRUTOSE PIORA A VARIABILIDADE DA
FREQUÊNCIA CARDÍACA E ESTRESSE OXIDATIVO NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EXPERIMENTAL
Nome: LAYLA MENDONÇA LÍRIO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 20/12/2021
Orientador:
Nome | Papel |
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SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALESSANDRA SIMAO PADILHA | Examinador Interno |
AURÉLIA ARAÚJO FERNANDES | Examinador Externo |
EDUARDO FRIZZERA MEIRA | Examinador Externo |
IVANITA STEFANON | Examinador Interno |
SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES | Orientador |
Resumo: A mudança no padrão alimentar da população nos últimos anos, optando por
consumo de industrializados e a escola da indústria alimentícia por adoçar os
produtos com frutose, parece estar relacionada com o aumento de casos de
alterações metabólicas. Além disso, algumas das alterações metabólicas são
fatores de risco, assim como a alimentação inadequada, para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e a ocorrência de eventos
agudos, como o infarto do miocárdio. Nossa hipótese, portanto, é de que o
consumo elevado de frutose por um longo período de tempo em animais
normotensos interfere nos parâmetros hemodinâmicos, metabólicos e na
produção de espécies reativas de oxigênio, após infarto do miocárdio. Métodos:
ratos Wistar com idade de 6 semanas foram tratados com água ou frutose
(10%) durante 7 semanas. Na sétima semana, os animais dos grupos Frutose
Infarto e Controle Infarto foram submetidos à ligadura da artéria coronária
descendente anterior esquerda, enquanto os animais do grupo Sham Controle
e Sham Frutose foram submetidos à cirurgia fictícia. A partir das cirurgias os
animais de todos os grupos foram tratados com ração padrão e água e
acompanhados por sete dias. A glicemia capilar foi avaliada semanalmente e
ao final do protocolo, os testes de tolerância a glicose e sensibilidade à insulina
foram realizados na sétima semana e no sétimo dia após infarto. Foi realizado
cateterismo da artéria femoral, para avaliação invasiva da pressão arterial e
frequência cardíaca, e da artéria carótida para avaliação de parâmetros
hemodinâmicos do ventrículo esquerdo, ambos realizados no sétimo dia após
infarto. Foram aferidos massa magra, gordura abdominal e peso das vísceras.
O sangue dos animais foram coletados para análises bioquímicas e avaliação
da produção de espécies reativas de oxigênio. Resultados: a glicemia
apresentou-se aumentada nos animais que consumiram a dieta com frutose.
Esses animais também apresentaram maior resistência à insulina e menor
tolerância a glicose, com piora após 7 dias de infarto. Foi identificado aumento
na pressão sistólica do ventrículo esquerdo e redução na variabilidade da
frequência cardíaca no grupo tratado com frutose. Houve aumento nos níveis
séricos de triglicerídeos e na produção de espécies reativas de oxigênio desse
mesmo grupo. Conclusões: Demonstramos que a dieta rica em frutose
5 promove perda de peso ponderal pós infarto, aumento nos níveis de
triglicerídeos, na sensibilidade à insulina, na tolerância à glicose, aumento da
pressão ventricular esquerda após infarto do miocárdio, redução da
variabilidade da frequência cardíaca e aumento da produção de espécies
reativas de oxigênio. Nossos resultados sugerem que uma dieta prévia com
frutose interfere nos parâmetros hemodinâmicos, metabólicos e bioquímicos,
após infarto do miocárdio, sugerindo prejuízo na adaptação do músculo
cardíaco ao infarto do miocárdio.