PARTICIPAÇÃO DA VIA DE SINALIZAÇÃO DA PROTEÍNA CINASE D (PKD1) SOBRE A REGULAÇÃO DA REATIVIDADE VASCULAR E A FUNÇÃO DO CARDIOMIÓCITO VENTRICULAR
Nome: BRUNO BARCELLOS JACOBSEN
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/04/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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EDUARDO HERTEL RIBEIRO | Co-orientador |
IVANITA STEFANON | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES | Examinador Interno |
Páginas
Resumo: Os hormônios e neurotransmissores do sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) e do sistema nervoso autônomo (SNA) podem atuar nos vasos e coração, modulando diversas vias de sinalização intracelular. Muito embora as vias de sinalização das enzimas PKA e PKC sejam mais bem estudadas e conhecidas, a via de sinalização da PKD tem sido pouco estudada até o momento. A PKD é uma enzima da familia de serina/treonina-quinases compreendendo três isoformas de PKD homólogas (PKD1/PKCμ, PKD2 e PKD3/PKCν) e pertence à superfamília da Ca2+-calmodulina dependente de proteína cinase (CaMK). A isoforma PKD1 é cada vez mais reconhecida como um regulador chave de uma série complexa de processos fisiológicos fundamentais, incluindo: transdução de sinal, proliferação e diferenciação celular, transporte através da membrana, secreção, expressão gênica, utilização de substrato, e regulação da contratilidade miocárdica. Entretanto, pouco se sabe sobre a atuação da PKD1 sobre a reatividade vascular e regulação de cardiomiócitos. Estudo dos Cardiomiócitos - Estudo funcional realizado em cardiomiócitos ventriculares isolados de coelhos brancos da Nova Zelândia foram transfectados por adenovírus denominados de Repórteres Ativadores de Cinase D (DKARs) que mede a atividade da PKD em diferentes locais dos cardiomiócitos (citoplasma, núcleo e mitocôndria). Os DKARs no núcleo apresentaram valores mais elevados ao tratamento feito pela aldosterona, ao passo que quando, analisamos o citoplasma e a mitocôndria, foi observada atuação da angiotensina II de forma mais significativa. Já para análise do transiente de cálcio e contratilidade, foram utilizados cardimiócitos ventriculares de camundongos de linhagem C56BL6, divididos nos grupos: selvagem WT e PKD1 KO (knockout) cardíaco-específicos. O principal resultado foi um aumento a resposta a angiotensina II nas células dos animais PKD WT quando comparado às células sem tratamento (p=0,0049) no citosol. O percentual de encurtamento de cardiomiócitos não foi diferente entre os grupos, nem na presença dos fármacos (angiotensina II, aldosterona e isoproterenol). Estudo da Função Vascular Foi utilizado ratos Wistar (normotensos) e Wistar espontaneamente hipertensos (SHR). Para avaliar se a diferença da pressão arterial sistólica (PAS) existia, foi feita aferição através do método de pletismografia de cauda (PAS Wistar 125,8 ± 1,2 mmHg e SHR=204,8 ± 4,0* mmHg, p < 0,01). A reatividade vascular foi estudada usando anéis isolados de aorta torácica para avaliação da contração ao estimulo α-adrenérgico (curva concentração resposta a Fenilefrina (10−10 a 3,5 x10−3M) e da ativação de receptores AT, usando angiotensina II (10−10 a 10−5M), na presença e ausência: endotélio vascular; CID 3,2 μM um inibidor seletivo e especifico da PKD1; L-NAME 100 μM,
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um inibidor não-seletivo da enzima óxido nítrico sintase (NOS); o composto 1400W 1 μM, um potente inibidor e altamente seletivo da iNOS; N-ω-cloridrato-propil-L-arginina 0,5 μM, um inibidor potente e seletivo da nNOS. No grupo Wistar, a resposta contrátil as doses crescentes de fenilefrina não foram modificadas quando a PKD foi inibida com o CID. No grupo SHR, podemos identificar uma redução da resposta contrátil na presença de CID (Fenilefrina 10-3,5 M; CT = 116,6 ± 13,5 vs CID 60 ± 14,6 %, p<0,05). Estes dados sugerem a participação da via da PKD, na resposta contrátil induzida pela fenilefrina, no grupo SHR. A angiotensina II induziu resposta contrátil, de maneira concentração-dependente, nos anéis isolados de aorta de todos os grupos estudados. No grupo Wistar, a resposta contrátil a angiotensina II foi menor durante a incubação com CID, enquanto no grupo SHR, a inibição da PKD, não modificou a resposta contrátil a angiotensina II. No grupo Wistar, a inibição da iNOS, aumentou a resposta contrátil a angiotensina II quando a enzima PKD foi inibida, com o CID. No grupo SHR, podemos verificar que a contratilidade dependente de angiotensina II foi maior na presença do inibidor da iNOS, tanto na presença quanto na ausência da PKD. Estes dados sugerem que, no grupo SHR, a produção de NO, depende da enzima iNOS. Nos animais do grupo SHR, a inibição da nNOS elevou a resposta contrátil a angiotensina II. A inibição da via da PKD, reduziu o aumento da resposta contrátil a angiotensina II, durante a inibição da nNOS. Estes dados sugerem que, no grupo hipertenso, a via de síntese de NO, dependente da enzima nNOS, participa da resposta contrátil induzida pela angiotensina II. Em conclusão, o conjunto dos resultados obtidos neste estudo confirma nossa hipótese da participação da via de sinalização da PKD sobre a regulação aguda das funções de cardiomiócitos ventriculares e sobre a reatividade vascular. Em cardiomiócitos ventriculares, a aldosterona atuou diretamente na PKD nuclear juntamente com as HDACs, importantes reguladores no remodelamento cardíaco. Já no citosol e nas mitocôndrias, a angiotensina II ativou agudamente a via da PKD1. E em relação a reatividade vascular foi observado que nos animais hipertensos, este papel modulador da sinalização da via da PKD sobre as respostas vasculares mediadas pela angiotensina II e fenilefrina, depende da ativação de distintas isoformas da NOS, localizadas no músculo liso vascular e endotélio. No grupo hipertenso, a modulação, via PKD, parece depender mais da participação da nNOS, enquanto no grupo normotenso, das vias da eNOS e iNOS.