Efeitos da Exposição Crônica a Diferentes Concentrações de Cloreto de Mercúrio em Vasos de Condutância e Resistência
Nome: BRUNA FERNANDES AZEVEDO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 03/03/2016
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
DALTON VALENTIM VASSALLO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
BRENO VALENTIM NOGUEIRA | Examinador Interno |
DALTON VALENTIM VASSALLO | Orientador |
FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA | Examinador Externo |
MAYLLA RONACHER SIMÕES | Examinador Externo |
SONIA ALVES GOUVEA | Examinador Interno |
Resumo: Exposição crônica ao cloreto de mercúrio durante 30 dias, aumenta a reatividade vascular, reduz a biodisponibilidade do óxido nítrico (NO), aumenta o estresse oxidativo e a produção prostanóides vasoconstritores. No entanto, até o presente momento, não se sabe quais alterações vasculares ocorrem diante de diferentes níveis de exposição ao mercúrio em diferentes leitos vasculares. Assim, resolvemos avaliar os efeitos de alta (60nM) e baixa (15nM) exposição ao cloreto de mercúrio sobre a reatividade vascular após 30 dias de tratamento, em artérias aorta e mesentéricas. Para isto, utilizamos ratos Wistar, machos, de três meses de idade, que receberam por 30 dias injeções intramusculares de HgCl2 com metade e o dobro da dose utilizada para obter 29nM de cloreto de mercúrio no sangue. Esses animais foram divididos nos seguintes grupos: Grupo Controle (salina), Grupo Baixa Exposição (1ª dose: 2,17 μg / kg, as doses subsequentes: 0,03 μg / kg / dia de HgCl2) e Grupo Alta Exposição (1ª dose: 10,86 μg / kg seguido de 0,14 μg / kg / dia de HgCl2). O Grupo Baixa Exposição (15nM) teve uma redução da resposta contrátil à fenilefrina (1 nM-100 uM), enquanto o Grupo Alta Exposição (60nM) apresentou aumento da reatividade à fenilefrina em anéis de aorta isolados. Já em artéria mesentérica de resistência, a baixa exposição (15nM) não modificou a reatividade enquanto a alta exposição aumentou a reatividade à fenilefrina. Em aorta, o Grupo Baixa Exposição (15nM), apresentou sua redução da reatividade revertida pela retirada do endotélio ou inibição do óxido nítrico sintase realizada com incubação de L-NAME (100μM). Não houve alteração da reatividade após incubação com indometacina (10 μM), losartan (10 μM), enalapril (1 μM), ou apocinina (30 μM). Encontramos também maior expressão peNOS / eNOS na aorta. Por outro lado, em artérias mesentéricas de resistência, no Grupo Alta Exposição (60nM), a retirada do endotélio produziu o aumento da resposta contrátil à fenilefrina, enquanto L-NAME não teve nenhum efeito sobre essa resposta. Indometacina, losartan, enalapril, apocinina reduziram significativamente a resposta vasoconstritora à fenilefrina em anéis de aorta e indometacina, losartan e apocinina em artéria mesentérica. Além disso, as expressões da subunidade gp91phox da NADPH oxidase e a
ciclooxigenase-2 foram aumentadas quando comparadas aos controles em aorta. Os nossos resultados indicam que o cloreto de mercúrio realiza diferentes alterações na função vascular do rato. Assim, o estresse oxidativo, desencadeado no Grupo Alta Exposição (60nM), pode ativar uma cascata inflamatória, que por sua vez, pode ativar o sistema renina angiotensina. Pela primeira vez, nós trouxemos evidências de que, mesmo em baixos níveis de exposição, o mercúrio produz efeitos tóxicos.
Palavras-chaves: cloreto de mercúrio, reatividade vascular, função endotelial, estresse oxidativo.