Sp-CTx: Toxina hemolítica e cardiotóxica da peçonha do peixe escorpião Scorpaena plumieri
Nome: HELENA LIMA GOMES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/05/2013
Orientador:
Nome | Papel |
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SUELY GOMES DE FIGUEIREDO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CONSUELO LATORRE FORTES DIAS | Examinador Externo |
DALTON VALENTIM VASSALLO | Examinador Interno |
LEONARDO DOS SANTOS | Examinador Interno |
MARIA ELENA DE LIMA PEREZ GARCIA | Examinador Externo |
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO | Orientador |
Resumo: O fascínio humano por animais venenosos e seus venenos data da antiguidade e está cercado por fatos místicos. Da lendária serpente que teria causado a morte de Cleópatra, até a cobra "swamp adder que intriga Sherlock Holmes em The Adventure of the Speckled Band de Conan Doyle, criaturas peçonhentas estimulam a imaginação pela ameaça que representam.
Os estudos sobre as peçonhas se iniciaram principalmente com o objetivo de gerar alternativas terapêuticas para as vítimas do envenenamento. Uma das primeiras informações da literatura sobre experimentos com venenos animais foi publicada em 1664 pelo italiano Francesco Redi (1626-1696). Nesse relato o autor descreveu a cor amarelada e a consistência do veneno de serpentes, bem como a morfologia dos seus dentes, narrando minuciosamente suas observações sobre os canais por onde escorre a peçonha (revisado por Brodie, 2009). No Brasil, as investigações sobre as propriedades dos venenos animais datam de 1884. A história da toxinologia neste país foi descrita por de Lima, e colaboradores (2010). Os autores relatam que essas primeiras investigações foram conduzidas por João Batista de Lacerda (18461915), o qual, em 1884, realizou a coagulação do leite e a dissolução de fibrina e da gema de ovo com veneno de Bothrops, ou, como popularmente conhecida, jararaca. Além disso, Lacerda descreveu a deformação e lise de eritrócitos pelo veneno de surucucu (serpente do gênero Lachesis).
De Lima e colaboradores relatam ainda que, em 1895, Vital Brazil contribuiu de forma extraordinária para o estudo da toxinologia ao examinar de forma ampla casos de envenenamentos por acidentes ofídicos em Botucatu (São Paulo). Assim, os sintomas do envenenamento por Bothrops jararaca, edema hemorrágico e gangrena, e aqueles do envenenamento por Crotalus durissus terrificus (cascavel) que incluem predominantemente sinais neurotóxicos como ptose e asfixia, foram observados.
Apesar de a sintomatologia ter sido o centro inicial das atenções no que se concerne às pesquisas envolvendo peçonhas, o seu potencial biotecnológico tem sido o principal objetivo dos pesquisadores na atualidade. O interesse na procura de novas drogas colocou os venenos animais e suas toxinas como uma das mais promissoras fontes de compostos bioativos naturais.