Síndrome metabólica, resistência à insulina e fatores associados: um estudo em funcionários de uma rede bancária da grande Vitória/ES, Brasil
Nome: LUCIANE BRESCIANI SALAROLI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/08/2011
Orientador:
Nome | Papel |
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NAZARE SOUZA BISSOLI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ELIANA ZANDONADE | Examinador Interno |
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Examinador Interno |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Orientador |
NEUZA MARIA BRUNORO COSTA | Examinador Externo |
OLÍVIA MARIA DE PAULA ALVES BEZERRA | Examinador Externo |
Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) e Resistência à Insulina (RI) são transtornos complexos, representados pela agregação de fatores de risco cardiovascular. Com o objetivo de determinar a prevalência de SM e RI e identificar fatores associados ao risco de desenvolvimento dessas alterações metabólicas em trabalhadores de uma rede bancária da grande Vitória/ES, Brasil, foi realizado estudo de coorte transversal que analisou dados sociodemográficos, bioquímicos, antropométricos e hemodinâmicos de 501 trabalhadores bancários com idade ≥ 20 anos de ambos os sexos. Para determinação da SM foram utilizados critérios do NCEP e do IDF e a RI foi determinada pelo índice HOMA-RI, sendo considerados resistentes à insulina indivíduos com valores superiores a > 2,71. Para análise das diferenças das médias foi utilizado o teste t de Student, e das proporções o teste quiquadrado (X²). Para variáveis que não apresentaram distribuição normal foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Para quantificação da participação dos critérios no desfecho de interesse foi feita análise multivariada. O nível de significância para todos os testes foi estabelecido em p < 0,05. Foi evidenciado 86 (17,2% IC95% 13,8-20,6) e 113 (22,6% IC95%18,8-26,3) indivíduos com SM segundo NCEP e IDF, respectivamente, sendo observada diferença entre os sexos pelo critério IDF (p=0,003). Nota-se incremento da SM com a idade em ambos os critérios analisados (p≤0,05). Indivíduos que trabalham nas agências bancárias apresentaram prevalência maior de SM, quando comparados aos da direção geral (P=0,003), utilizando o critério NCEP. Em relação a RI, 52 (10,4%) indivíduos apresentaram esta alteração metabólica, sendo que grande parte dos trabalhadores resistentes à insulina auto-referiram como positivo o estado de saúde. A chance de desenvolvimento da síndrome é maior nos indivíduos com segundo grau completo (OR 2,16 (IC95% IC 1,11-6-13) e, entre os com sobrepeso e obesidade, a chance de apresentar SM é de 12,6 (IC95% IC 4,80-33,26, P=0,000) e 43,6 (IC95% IC 16,05-118,88, P=0,000) vezes maior, respectivamente, quando comparados aos indivíduos eutróficos. Indivíduos com sobrepeso possuem risco 4,97 (IC95% IC 1,31-18,83) vezes de ter o HOMA mais elevado do que os eutróficos e entre os que apresentam obesidade este risco sobe para 17,87 (IC95% IC 4,36-73,21). Conclusão: Foi evidenciado elevado número de bancários com síndrome metabólica e com Resistência à insulina, com conseqüente risco de desenvolver doença cardiovascular. Alem disso, houve associação da SM com o IMC e escolaridade, e da RI com IMC e Obesidade Abdominal. Esses resultados devem subsidiar ações de prevenção à saúde do trabalhador.
Palavras-chave: Síndrome Metabólica; Resistência à Insulina; Bancários; Obesidade; Hipertensão.