Efeito do tratamento com moduladores seletivos de receptores de estrogênio (SERMs) sobre a reatividade vascular e os níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias em ratas ovarectomizadas.
Nome: ALINE ZANDONADI LAMAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/12/2009
Orientador:
Nome | Papel |
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NAZARE SOUZA BISSOLI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JONES BERNARDES GRACELI | Examinador Interno |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Orientador |
TADEU UGGERE DE ANDRADE | Examinador Externo |
Resumo: Estudos epidemiológicos e laboratoriais têm demonstrado que a incidência de doenças cardiovasculares (DCV) em mulheres no período fértil é menor que em homens da mesma faixa etária. Entretanto, comparando mulheres na pós-menopausa, esses índices se igualam com homens de mesma idade (Lerner & Kannel, 1986; Barrett-Connor, 1997). Mulheres na fase pós-menopausa podem exibir aumento de marcadores inflamatórios, como as citocinas pró-inflamatórias (Kamada et al, 2001), na qual essas têm sido correlacionadas com o aumento do risco de DCV. Na tentativa de proteger e amenizar possíveis riscos a saúde da mulher, surgiram terapias alternativas com os Moduladores Seletivos de Receptores de Estrogênio (SERMs). O raloxifeno possui efeitos agonistas no osso e sistema cardiovascular, e efeitos antagonistas sobre os receptores de estrogênio presentes no útero, esta droga é amplamente usada para prevenção e tratamento de osteoporose. O tamoxifeno tem sido amplamente utilizado para o tratamento e prevenção subseqüente de câncer de mama, devido à sua atividade antagonista na mama. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar os efeitos do tratamento crônico com SERMs e do Estrogênio sobre a reatividade do leito mesentérico e influência destes tratamentos nos níveis séricos das citocinas pró-inflamatórias: Interleucina -6 (IL-6) e Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α) em ratas ovarectomizadas. Nas ratas ovarectomizadas foi observada uma menor resposta vasoconstrictora em relação aos demais grupos (CAST Emax: 87,9 ± 5,6; Sham Emax: 121,1 ± 4,7; EST Emax: 143,7 ± 10,8; RAL Emax: 118,8 ± 9,4; TAM Emax: 131,4 ± 6,7 p<0,05) no qual essa resposta mais atenuada pode ser atribuída aos animais ovarectomizados liberarem mais NO pela ação da iNOS, resultado este que pôde ser comprovado pelo bloqueio específico da iNOS pela aminoguanidina (sem bloqueio Sham Emax: 115,1 ± 4,5 CAST Emax: 62,1 ± 4,1 com bloqueio Sham Emax: 107,4 ± 2,9 CAST Emax: 93,84 ± 5,3 p<0,05). Além disso, o grupo ovarectomizado apresentou menor resposta vasodilatadora na curva-dose resposta a acetilcolina, quando comparado aos demais grupos (CAST Emax: 41,3 ± 1,9; Sham Emax: 50,6 ± 3,3; EST Emax: 57,4 ± 5,1; RAL Emax: 63 ± 4,5 ; TAM Emax: 58,8 ± 5,1 p<0,05 e mesmo após o bloqueio das enzimas ciclooxigenase (Indometacina) e NOS (L-NAME) o menor relaxamento ainda persiste. Isso, possivelmente, se deve ao a menor produção/liberação do Fator Hiperpolarizante Derivado do Endotélio (EDHF) nestas fêmeas com deficiência de estrogênio. Adicionalmente, os animais ovarectomizados apresentaram níveis séricos aumentados de citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α) (IL-6 sham: 19,3 ± 6 CAST: 32,8 ± 7 EST: 20,0 ± 7 RAL: 17,4 ± 5 TAM: 22,0 ± 2 ; TNF- α sham: 20,3 ± 2 CAST: 31,0 ± 5 EST: 17,6 ± 2 RAL: 19,6 ± 2 TAM: 12,7 ± 3 P<0,05). Dados que podem ser relacionados com o possível prejuízo encontrado neste grupo em relação a resposta vascular aos agentes vasoativos. Os tratamentos utilizados foram capazes de normalizarem estas alterações. Portanto, a diminuição dos níveis de estrogênio pode acarretar alterações tanto nos fatores humorais quanto na reatividade vascular. Os tratamentos com SERMs e estrogênio foram capazes de reverterem essas alterações, assim os SERMs podem ser importantes colaboradores na TH, uma vez que nota-se experimentalmente, uma melhora na reatividade e um controle nos níveis das citocinas.