Efeitos da tens sobre a atividade do nervo ciático de ratos com uso de sertralina e suas implicações cardiorespiratórias.
Nome: CÍNTIA HELENA SANTUZZI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/12/2009
Orientador:
Nome | Papel |
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GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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GLAUCIA RODRIGUES DE ABREU | Orientador |
HENRIQUE DE AZEVEDO FUTURO NETO | Examinador Interno |
JOÃO LUIZ COELHO DE FARIA | Examinador Externo |
Resumo: A analgesia induzida pela Estimulação Elétrica Transcutânea (TENS), ocorre por ativação de fibras táteis, porém, o mecanismo analgésico da TENS está relacionado ainda com liberação de peptídeos endógenos e monoaminas, incluindo a serotonina. Dessa forma o objetivo do presente trabalho foi investigar os mecanismos analgésicos periféricos da TENS de alta e baixa freqüência em ratos tratados com sertralina, um inibidor seletivo da recaptação de serotonina ISRSs, e suas implicações nos parâmetros cardiorespiratórios e no limiar de excitação sensorial como fator integrante na resposta ao estímulo nocivo. Para tanto, foram utilizados ratos Wistar machos (n= 48) com peso entre 250-300g, divididos em seis grupos. Os animais foram tratados com sertralina (3mg/Kg/dia por 7 dias consecutivos) ou Salina. Os ratos foram anestesiados com uretana (1,2 g/kg, i.v.), após indução por halotano, em seguida a veia e artéria femoral foram cateterizadas para administração do anestésico e registros de pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) respectivamente, além de serem submetidos à traqueostomia para registro de freqüência respiratória (FR). Foi realizada uma incisão na face posterior da coxa para permitir o acesso à ramificação do nervo ciático, sua porção mais proximal foi seccionada totalmente a fim de permitir o registro da porção sensitiva do nervo, após, o nervo foi dissecado para registro de sua atividade (ANC). Após estabilização de todos os parâmetros, aplicou-se formalina na pata esqueda (50μl, 5%) associado com TENS alta (130Hz) ou baixa (10Hz) freqüências por 20 minutos com intensidade sensorial (130-μs). Os dados foram coletados nos tempos: basal, 10, 20, 30 e 50 minutos após a injeção de formalina. Durante todo o experimento, a temperatura corporal do animal foi mantida em 37± 0,5ºC. Os resultados são apresentados como média±E.P.M; p<0,05. Os resultados demonstram uma significativa diminuição da ANC nos ratos que receberam a TENS tanto de alta quanto de baixa freqüência, sendo que o tratamento com sertralina apresentou o mesmo padrão reduzido de resposta quando exposto a TENS, entretanto, quando exposto somente ao estímulo doloroso o tratamento com a sertralina apresentou efeito analgésico, em relação aos parâmetros cardiorrespiratórios o estímulo nocivo demonstrou um aumento da FC, PAM e FR, sendo que a TENS tanto de alta quanto de baixa freqüência foi capaz de reverter essa elevação. Entretanto, o tratamento com sertralina demonstrou respostas cardiorrespiratórias peculiares em relação às diferentes modalidades de aplicação da TENS e ao estímulo álgico. Portanto, podemos concluir que o efeito analgésico da TENS também está relacionado com a potencialização do sistema opióide endógeno periférico e parece que a sertralina não melhora o padrão de resposta da TENS, entretanto foi demonstrado que a sertralina isoladamente promoveu efeito analgésico. Quanto aos parâmetros cardiorrespiratórios, a TENS foi eficaz em reverter as respostas cardiorrespiratórias elevadas promovida pelo estímulo doloroso, demonstrando que a TENS apresenta-se como uma ferramenta analgésica capaz de reverter a resposta fisiopatológicas da dor. Todavia o tratamento crônico com a sertralina exerceu alterações nos parâmetros cardiorrespiratórios, possivelmente através da ativação de diferentes subtipos de receptores serotonérgicos em diferentes locais no cérebro.