Efeito da Hipertensão Renovascular 2r1c Sobre As Células Tronco da Medula Óssea de Camundongos

Nome: BIANCA PRANDI CAMPAGNARO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 11/08/2008
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SILVANA DOS SANTOS MEYRELLES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELISARDO CORRAL VASQUEZ Examinador Interno
SONIA ALVES GOUVEA Examinador Externo

Resumo: studos mostram que o número de algumas populações de células de medula óssea se encontra alterado em diferentes doenças cardiovasculares. A angiotensina II, além de um poente vasoconstritor, regula o crescimento e proliferação celular, atua como imunomodulador indutor de respostas inflamatórias e é capaz e aumentar a
produção de espécies reativas de oxigênio, levando ao estresse oxidativo. Apesar de alguns estudos relatarem que algumas doenças cardiovasculares afetam diferentes populações de células da medula óssea, pouco se sabe a respeito dos efeitos da hipertensão renovascular induzida por clipagem de um dos rins, a qual é
angiotensina-II dependente, sobre estas células. Por isso, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da hipertensão renovascular 2R1C sobre o número e a genotoxicidade das células tronco de medula óssea de camundongos in vivo. Para isso, camundongos C57 machos (21-24g) foram aleatoriamente separados em dois grupos Sham (n=10) e 2R1C (n=10). A hipertensão foi induzida no grupo 2R1C pela colocação de um clipe de aço ao redor da artéria renal esquerda. O grupo Sham foi submetido ao mesmo procedimento cirúrgico, porém sem a colocação do clipe. Após 14 dias, os animais tiveram sua artéria carótida cateterizadas para medidas da
pressão arterial e freqüência cardíaca. Em seguida, os animais foram eutanasiados, a medula óssea removida dos fêmures e tíbias e as células mononucleares isoladas, contadas em câmara de Neubauer e a viabilidade celular verificada. A identificação e quantificação das duas populações de células tronco da medula óssea foi realizada por imunofenotipagem. Uma alíquota das células mononucleares foi incubada com os anticorpos CD117-FITC e CD90.2-PE (5?l/106células) e com seus controles isotípicos. Em seguida as células tronco hematopoiéticas e mesenquimais foram quantificadas por citometria de fluxo. Para o estudo da genotoxicidade, as células mononucleares (2x104 células) foram misturadas com low melting point agarose e
espalhadas sobre lâminas previamente cobertas com normal melting point agarose que foram colocadas em solução de lise. Em seguida, as lâminas foram dispostas na cuba, cobertas com tampão de desenrolamento alcalino e, posteriormente, submetidas à eletroforese, neutralizadas, fixadas e coradas com brometo de etídio para análise em microscópio de fluorescência. Os dados estão expressos como
média ± EPM e variações percentuais em relação ao grupo controle. A análise estatística foi realizada por meio de teste t de Student. Como esperado os animais 2R1C apresentaram níveis maiores de pressão arterial sistólica (182±13 mmHg) quando comparados com os respectivos controles (133±2 mmHg). A viabilidade celular (Sham: 97%±0.54 vs. 2R1C: 96,75%±0.54) e o número de monócitos (Sham:
2.81±0.46 vs. 2R1C: 3.32±0.34 células/ml x 106) não foram diferentes entre os dois grupos. Entretanto, os animais 2R1C apresentaram diminuição do número de células indiferenciadas (2.26±0.13 células/ml x107) e simultâneo aumento do número de linfócitos (1.98±0.15 células/ml x 106) quando comparados com os animais Sham
(Células indiferenciadas: 2,66±0,11 células/ml x107; Linfócitos: 1.22±0.25 células/ml x106). Além disso, o grupo hipertenso (0,41±0,16%) apresentou diminuição significante da população células tronco hematopoiética quando comparado com os animais Sham (1,75±0,18%). O número de células tronco mesenquimais não
apresentou diferença entre os grupos (Sham: 2,36±0,61% vs. 2R1C: 1,48±0,22%). A análise de genotoxicidade revelou aumento da fragmentação do DNA dos camundongos hipertensos. Nossos resultados sugerem que a hipertensão renovascular 2R1C reduz o número de células tronco ao estimular a divisão assimétrica destas células, levando a sua diferenciação, o que pode ser confirmado
pelo aumento do número de células inflamatórias produzidas na medula óssea. Além disso, neste modelo de hipertensão experimental ocorre aumento da produção de espécies reativas de oxigênio que são capazes de interagir com o DNA das células, fragmentando-o.

Palavras-chave: Hipertensão renovascular. 2R1C. Angiotensina II. Célula tronco. Genotoxicidade. Espécies reativas de oxigênio.

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