DIFERENÇAS SEXUAIS NA AÇÃO AGUDA DA PROGESTERONA EM VASOS CORONARIANOS DE RATOS HIPERTENSOS
Nome: JESSYCA APARECIDA SOARES GIESEN
Data de publicação: 12/12/2021
Banca:
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Papel |
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ALESSANDRA SIMAO PADILHA | Examinador Interno |
ALICE VALENÇA ARAÚJO | Examinador Externo |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Examinador Interno |
ROGER LYRIO DOS SANTOS | Presidente |
SIMONE REGINA POTJE | Examinador Externo |
Resumo: As doenças cardiovasculares (DCVs) têm sido alvo de estudos e a hipertensão é considerada um dos fatores de risco mais prevalentes para DCVs. A redução dos hormônios sexuais femininos, decorrente do fim do período fértil marcado pela menopausa, parece ter relação com o aumento do risco de desenvolvimento de DCVs, principalmente pelo aumento da prevalência de hipertensão. Dentre esses hormônios, a progesterona parece exercer um papel protetor que ainda não é muito bem compreendido, principalmente no leito coronariano em condição de hipertensão. Assim, este estudo buscou investigar a ação aguda da progesterona em vasos coronarianos de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) de ambos os sexos e os possíveis mediadores envolvidos. Nossa hipótese é que a progesterona exerça uma ação vasodilatadora no leito coronariano e anticontrátil em artérias coronárias isoladas de SHR de ambos os sexos e que essa ação envolva diferentes mediadores de relaxamento. Foram utilizados fêmeas e machos SHR, com 12 semanas de idade (CEUA-UFES #24/2021). O ciclo estral das fêmeas foi monitorado e a pressão arterial foi mensurada. Após confirmada a hipertensão, foi realizado o estudo da ação da progesterona no leito coronariano pelo método de Langendorff, e em artérias isoladas por meio de miógrafo de fio. Os níveis de NO foram mensurados por DAF-2DA. No leito coronariano, a pressão de perfusão coronariana (PPC) basal foi determinada e curva concentração resposta à progesterona (0,1 – 50 M), foi realizada antes e após a perfusão com L-NAME, indometacina (INDO) e clotrimazol (CLOT), de forma individual ou simultânea, tiron, catalase, G36 e mifepristona (MIFE). Em artérias isoladas curvas de contração a 5-HT foram construídas antes e após a incubação com DMSO, veículo utilizado, e progesterona (10 e 50 M). A PPC basal foi menor em machos comparado as fêmeas e a progesterona foi capaz de promover vasodilatação similar em ambos os sexos. Nas fêmeas a vasodilatação induzida pela progesterona foi similar em todas as fases do ciclo estral. Após inibição com L-NAME foi observado um efeito potencializado do relaxamento induzido pela progesterona apenas em machos. Após a inibição com INDO nenhuma diferença foi observada. Já na inibição simultânea com L-NAME e INDO foi observada diminuição na resposta vasodilatadora em fêmeas e um relaxamento novamente potencializado em machos. Após a inibição com CLOT foi observada uma redução no relaxamento em fêmeas e, após a inibição simultânea com LNAME, INDO e CLOT, as fêmeas tiveram novamente uma redução na resposta, enquanto os machos tiveram a resposta novamente potencializada como na inibição apenas com L-NAME, porém menos que a inibição combinada com L-NAME + INDO. Após a inibição com MIFE, apenas as fêmeas tiveram uma redução na resposta, enquanto na inibição com G36, fêmeas e machos tiveram a redução na resposta. A ação anticontrátil da progesterona foi observada de maneira concentração-dependente, sem diferença sexual. Os níveis de NO aumentaram após estimulação com progesterona de maneira similar entre os grupos. Os resultados sugerem que a progesterona é capaz de modular a reatividade vascular coronariana por meio de uma ação vasodilatadora mediada por diferentes vias, sendo prostanoides, EETs e H2O2 em fêmeas e NO e EETs em machos. Os nPRs parecem estar envolvidos no relaxamento observado somente de fêmeas, contudo o GPER parece estar envolvido tanto em fêmeas, quanto em machos. A vasodilatação induzida pela progesterona em cada sexo pode contribuir para sua ação anticontrátil. Esses resultados colaboram para um melhor entendimento das ações da progesterona no leito coronariano e melhores formas de tratamento para mulheres e homens com hipertensão.