EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO TRIBUTILESTANHO SOBRE A
VASODILATAÇÃO CORONARIANA DEPENDENTE DO ENDOTÉLIO
EM RATAS
Nome: PRISCILA OLIVEIRA DA CRUZ
Data de publicação: 04/10/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ALESSANDRA SIMAO PADILHA | Examinador Interno |
DANIELLA BONAVENTURA | Examinador Externo |
Resumo: Os impactos do tributilestanho (TBT) sobre a biota marinha, foram evidenciados com
indícios de mudança na anatomia do gastrópode Nucella lapillus, com o surgimento de
órgãos sexuais masculinos em fêmeas (Imposex). Apesar de ter sido proibido, investigações
recentes têm indicado ampla distribuição do TBT em diferentes ecossistemas. Tendo em vista
a capacidade de biomagnificação e bioacumulação deste poluente, a ocorrência de danos
sobre importantes sistemas do nosso organismo, possivelmente o vascular, não está
descartada. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar os possíveis efeitos do tratamento
com TBT sobre a reatividade vascular coronariana dependente do endotélio em ratas. A nossa
hipótese é que o tratamento com TBT prejudique a vasodilatação vascular dependente do
endotélio nessas ratas. Foram utilizadas ratas Wistar, com idade de 12 semanas (200 – 270 g),
em protocolos previamente aprovados pela CEUA-UFES (#19/2022). Os animais foram
divididos em dois grupos: controle (CON) e tratado (TBT). O tratamento foi realizado por via
orogástrica com solução de tributilestanho, 100 ng/Kg durante 15 dias. O ciclo estral e a
pressão arterial sistólica (PAS) foram avaliados. A reatividade vascular do leito coronário foi
examinada por meio do método de Langendorff modificado. As artérias coronárias foram
coletadas para análise histológica. Os resultados foram expressos como média ± erro padrão
da média (E.P.M) e foram considerados significativos valores de p < 0,05 O TBT foi capaz
de promover alterações no ciclo estral das ratas, aumentando a duração na fase
metaestro-diestro, seguido de um prolongamento do ciclo estral. Também houve redução do
peso do útero e aumento do peso de sua gordura associada, parametrial, devido seus efeitos
como disruptor endócrino. Na reatividade das artérias coronárias, o tratamento com TBT foi
capaz de modificar a via pela qual ocorre o relaxamento dependente do endotélio,
aumentando a participação do NO nessa resposta, e essa diferença foi acompanhada por
alterações morfológicas na espessura da túnica média das artérias coronárias, onde o
tratamento promoveu dano morfológico, causando atrofia das células musculares lisas.
Tomamos em conjunto, nossos resultados sugerem que a exposição ao TBT pode ser
considerado potencial fator de risco cardiovascular.
Palavras-Chave: Reatividade vascular, endotélio, compostos