DETERMINANTES MOLECULARES, ENDÓCRINOS E COMPORTAMENTAIS DE MODELOS EXPERIMENTAIS DE ATAQUES DE PÂNICO RESPIRATÓRIOS E NÃO-RESPIRATÓRIOS
Nome: RUBIA DE SOUZA ARMINI
Data de publicação: 14/06/2024
Banca:
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Papel |
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AILTON SPIACCI JÚNIOR | Examinador Externo |
CRISTIAN SETUBAL BERNAB | Examinador Externo |
FERNANDO ZANELA DA SILVA AREAS | Examinador Interno |
HÉLIO ZANGROSSI JÚNIO | Examinador Externo |
Resumo: O transtorno do pânico é uma síndrome psiquiátrica caracterizada pela
ocorrência de ataques de pânico (AP) repetidos e inesperados. Evidências
convincentes sugerem que a matéria cinzenta periaquedutal dorsal (MCPA) seja o
substrato de AP tanto “respiratórios” (similares ao medo de sufocamento) como “não-
respiratórios” (similares ao medo de ameaças iminentes). Notavelmente, o eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) permanece inativo tanto nos AP espontâneos
quanto nos AP induzidos em pacientes predispostos (administração de lactato ou CO2)
ou em animais (estimulação da MCPA). Em ratos cronicamente estressados, a
quiescência do eixo HHA a um novo estressor parece ser mediada por projeções
colecistocinérgicas da MCPA ao núcleo paraventricular do talámo (PVT). Este
mecanismo também pode ser responsável pela inibição ativa do eixo HHA nos AP.
Portanto, o primeiro estudo investigou se a lesão do PVT desinibe o eixo HHA durante
o AP à estimulação da MCPD. Os efeitos das lesões do PVT também foram avaliados
em vários testes comportamentais. Os resultados mostraram que além de uma
inibição pequena, porém significante, das respostas de exoftalmia, trote e galope à
estimulação da MCPD, as lesões do PVT produziram um aumento acentuado dos
níveis basais de corticosterona (P<0,001) e uma redução pequena (P<0,05) da
resposta de corticotrofina. Embora relevante, o aumento da corticosterona basal
comprometeu a demonstração da inibição ativa do eixo HHA durante o pânico
experimental. Por outro lado, estudos anteriores mostraram que a estimulação dos
quimiorreceptores carotídeos pelo cianeto de potássio (KCN, i.v.) produz respostas de
fuga que são facilitadas pela hipercapnia (HPC) e suprimidas por lesões da MCPA. A
fuga à estimulação da MCPA também foi facilitada por uma infusão concomitante de
uma dose extremamente baixa de KCN. Surpreendentemente, no entanto, a fuga foi
inibida pela HPC. Também não ficou claro se o modelo de hipóxia “farmacológica”
(HPX) do KCN é equivalente à HPX ambiental (hipóxia hipóxica) na qual os níveis
tissulares de O2 estão reduzidos. Portanto, o segundo estudo investigou os efeitos da
HPC (16% CO2), HPX (5% O2) e asfixia (AFX, 5% CO2 + 5% O2) ambientais na
resposta de fuga à estimulação da MCPA. Os resultados mostraram que a MCPA
abriga um sensor de HPX que é independente dos níveis tissulares de CO2.