REGULAÇÃO DA REATIVIDADE VASCULAR, DEPENDENTE DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA VIA DA PKD1, EM RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS

Nome: MICHELLE HORTELAN

Data de publicação: 14/04/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
NAZARE SOUZA BISSOLI Examinador Interno
PRISCILA DE BATISTA Examinador Externo

Resumo: A hipertensão arterial é uma das principais causas de doenças cardiovasculares. No
modelo animal de hipertensão arterial, SHR, a disfunção vascular tem sido descrita
como dependente da inativação oxidativa do óxido nítrico (NO) devido a maior
produção vascular de espécies reativas de oxigênio (ERO) dependente da NADPH
oxidase (NOX). As vias de sinalização redox da NOX, envolvem mecanismos
reguladores, dependendo de vias mediadas por segundos mensageiros e
sinalizadores intra e extracelulares. Recentemente, tem-se dado importância a via de
sinalização dependente da PKD1, enzima que pertence a superfamília da Ca2+-
calmodulina cinase. A PKD1 tem sido relacionada com a contração do musculo liso
vascular e assim, com a modulação da reatividade vascular. A hipótese deste estudo
é que a via da PKD1 esteja envolvida na regulação do tônus vascular, no modelo SHR,
via estresse oxidativo dependente da NOX. Usamos anéis isolados de aorta de ratos
Wistar e SHR para avaliar a reatividade vascular mediada pelos receptores 1 e para
angiotensina II (ATII). Realizamos curvas concentração-resposta à fenilefrina (1010 a
104 M) e a angiotensina II (1010 a 105 M) de maneira cumulativa, na presença e
ausência de CID 3,2 M, um inibidor seletivo da PKD1, e de Apocinina 30 M, um
inibidor da NOX. O estresse oxidativo vascular foi analisado pela técnica de medida
de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), que nos permite avaliar a
peroxidação lipídica e a fluorescência oxidativa do DHE in situ. A pressão arterial
sistólica (PAS, mmHg) foi mensurada por meio de pletismografia de cauda 48 horas
antes dos experimentos. Os resultados estão descritos como média ± EPM e foram
analisados usando: teste t Student, ANOVA uma ou duas vias e teste post-hoc de
Tukey. O grupo SHR apresentou menor massa corporal (Wistar (n=10) 313 ± 5,5 g vs
SHR (n=10), 260 ± 8,5*g, *p<0,01) e maior PAS (Wistar: 130,0 ± 1,7 vs SHR: (n=10),
197,3 ± 2,5* mmHg, *p<0,01). Não houve diferença nos valores de FC entre os grupos.
Os resultados coletados até o momento, demonstraram que a inibição da PKD1, com
CID, não modificou a reatividade a fenilefrina no grupo Wistar (Rmax Wistar: 114,4 ±
7,54 x Wistar-CID= 96,11 ± 13,7 % KCl). Entretanto, a incubação dos anéis de aorta
com CID, reduziu a reatividade da aorta a fenilefrina no grupo SHR (Rmax SHR: 129,9
± 8,28 x SHR-CID= 83,74 ± 9,3* % KCl, *p<0,01). A resposta vasoconstrictora a
Angiotensina II foi reduzida, na presença de CID, apenas no grupo Wistar (Rmax
Wistar: 52,5 ± 3,7 x Wistar-CID= 38,8 ± 6,4 % KCl, *p<0,01). Não houve diferença nas respostas de Rmax entre os grupos CID e CID-Apocinina nos grupos Wistar e SHR.
O estresse oxidativo vascular, não foi diferente entre os grupos, na presença e
ausência de CID após incubação com Angiotensina II. Entretanto, a co-incubacao de
CID e Apocinina, reduziu a produção de MDA no grupo SHR. Com base nos
resultados encontrados, podemos aceitar nossa hipotese de que a via da PKD1
participa da regulação da reatividade dos anéis de aorta nos grupos SHR e Wistar.
Concluimos que, enquanto a via da PKD1 parece ter um papel fundamental na
contracao dos anéis de aorta do grupo SHR mediada pela fenilefrina, a mesma via
parece estar envolvida apenas na resposta à angiotensina II no grupo Wistar. Nossa
hipotese da participacao do estresse oxidativo, nas respostas mediadas pelo CID, foi
rejeitada, uma vez que a co-perfusao com Apocinina, nao modificou a resposta
mediada por CID. Essas informações são relevantes para o entendimento dos
mecanismos envolvidos na regulação da pressão arterial e podem ter implicações
importantes para o desenvolvimento de terapias direcionadas para o tratamento da
hipertensão arterial.

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