EFEITO DO CONSUMO DE HIDROLISADO DE CLARA DE OVO SOBRE AS ALTERAÇÕES CARDÍACAS PROMOVIDAS PELA EXPOSIÇÃO AO CLORETO DE COBRE (CuCl2) EM RATOS

Nome: FILIPE MARTINUZO FILETTI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 13/05/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MAYLLA RONACHER SIMÕES Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA SIMAO PADILHA Examinador Interno
GIULIA ALESSANDRA WIGGERS PECANHA Examinador Externo
MARTA MIGUEL CASTRO Examinador Externo
MAYLLA RONACHER SIMÕES Orientador
NAZARE SOUZA BISSOLI Examinador Interno

Resumo: O cobre (Cu) é um elemento essencial para a homeostase e o funcionamento dos organismos vivos, mas em excesso promove efeitos prejudiciais sistêmicos. De acordo com as agências reguladoras o consumo de cobre deve ser de 0,9 mg ao dia para adultos, sendo que 10 mg/dia é considerada a dose máxima tolerável em humanos. A toxicidade do cobre está relacionada com a produção das Espécies Reativas de Oxigênio (EROs), levando a ocorrência de doenças cardiovasculares. Neste contexto, os peptídeos bioativos derivados do hidrolisado da clara de ovo (HCO) apresentam importante atividade antioxidante, neutralizando radicais livres, e anti-inflamatória podendo atuar em diversas doenças. Objetivamos avaliar os efeitos cardiovasculares da exposição à dose diária recomendada (13 μg/Kg/dia), à dose máxima de ingestão tolerável (0,14 mg/Kg/dia) e ao dobro da dose tolerável (0,28 mg/Kg/dia) de cobre por 4 semanas e em seguida, avaliar se o consumo de HCO é capaz de atenuar estes efeitos. Avaliamos os efeitos do cobre nos seguintes grupos experimentais: Cu 0,13 μg/Kg/dia, Cu 0,14 mg/Kg/dia e Cu 0,28 mg/Kg/dia, todos via i.p. durante 4 semanas, o grupo Ct recebeu salina 0.9% via i.p. Nossos resultados mostraram que a exposição as doses de 13 μg, 0,14 e 0,28 mg/Kg/dia de cobre não alterou o ganho de peso corporal, a reatividade vascular e não alterou a massa das câmaras cardíacas, entretanto identificamos que a exposição às doses de 0,14 e 0,28 mg/Kg/dia de cobre reduziram a força de contração de músculos papilares e prejudicaram os mecanismos reguladores da contração cardíaca como as derivadas temporais de força, a resposta inotrópica ao cálcio extracelular e ao Isoproterenol, a avaliação indireta do influxo de cálcio transsarcolemal e a afinidade das proteínas contráteis. Apesar da dose de 0,14 mg/Kg/dia de cobre ser considerada segura, nossos resultados mostraram prejuízos causados por essa exposição, por tanto determinamos esta dose para avaliar se o HCO poderia prevenir estes efeitos, então realizamos novamente estes estudos com os seguintes grupos: Ct, Cu, Ct-HCO e Cu-HCO. O tratamento com HCO se mostrou eficaz para a prevenção dos efeitos tóxicos do cobre. A exposição ao cobre e/ou HCO não alterou a pressão arterial sistólica dos animais, o ganho de peso corporal e não alterou a massa das câmaras cardíacas. O consumo do HCO em animais expostos ao cobre preveniu a redução da força de contração
cardíaca, das derivadas temporais de força, da resposta inotrópica ao cálcio e ao Isoproterenol, da avaliação indireta do influxo de cálcio transsarcolemal e reduziu o estresse oxidativo. A atividade da ATPase miosínica foi reduzida pela exposição ao cobre, todavia este efeito foi revertido pelo consumo de HCO. A detecção “in situ” mostrou aumento de O2•- e OH• nos músculos papilares de animais que receberam cobre, enquanto os animais que receberam cobre e HCO apresentaram formação de radicais livres semelhantes aos controles. O HCO aumentou a atividade das enzimas antioxidantes SOD e catalase nos animais controles e expostos ao cobre. As expressões da SOD, da Catalase e do NCX não foram alteradas, a expressão da SERCA-2a aumentou no grupo Cu-HCO. Concluímos que o HCO pode ser considerado um ingrediente em alimentos funcionais a ser utilizado como ferramenta terapêutica no tratamento de danos induzidos pela exposição ao cobre.

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