EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBICO SOBRE A FUNÇÃO VASCULAR DE RATOS COM SOBRECARGA CRÔNICA DE FERRO
Nome: EMILLY MARTINELLI ROSSI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 31/03/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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LEONARDO DOS SANTOS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRÉ SOARES LEOPOLDO | Examinador Interno |
ERICK ROBERTO GONÇALVES CLAUDIO | Examinador Externo |
GIRLANDIA ALEXANDRE BRASIL AMORIM | Examinador Externo |
LEONARDO DOS SANTOS | Orientador |
NAZARE SOUZA BISSOLI | Examinador Interno |
Resumo: O exercício físico é sabidamente uma abordagem não farmacológica eficaz tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças cardiovasculares. Como o ferro é um elemento essencial em muitos processos fisiológicos, incluindo a síntese de hemoglobina e mioglobina, e dessa forma desempenha papel no transporte de oxigênio, muitos atletas usam suplemento de ferro para melhorar o desempenho nos treinamentos. Nesse sentido, se por um lado a deficiência de ferro pode provocar anemia e prejudicar a homeostase corporal, por outro lado, sua sobrecarga pode ser ainda mais prejudicial à saúde. De fato, a sobrecarga de ferro está associada ao estresse oxidativo e danos a vários sistemas, inclusive o cardiovascular. Assim, neste estudo tivemos como objetivo avaliar os a influência da sobrecarga de ferro sobre os efeitos vasculares benéficos promovidos pelo treinamento físico aeróbico em ratos. Para isso, ratos Wistar foram tratados com 100 mg/kg/dia de ferro-dextrano ou solução salina 0,9%, ip, cinco vezes na semana durante quatro semanas, e, posteriormente, submetidos a um protocolo de exercícios aeróbicos de intensidade moderada em esteira, com duração de 60 min/dia, cinco vezes por semana durante oito semanas, ou mantidos sem exercício por igual período. Após 13 semanas dos protocolos de tratamento, o modelo de sobrecarga de ferro foi confirmado com aumento dos níveis séricos de ferro, saturação de transferrina e deposição de ferro no fígado, no músculo gastrocnêmio e na aorta. Confirmando a eficiência do protocolo de exercício físico, todos os animais exercitados aumentaram a capacidade física ao final do período de acompanhamento, avaliada como aumento da velocidade máxima e do tempo até a fadiga. Identificamos que o exercício reduziu a resposta vasoconstritora dos anéis aórticos isolados, associado ao aumento da biodisponibilidade do óxido nítrico (NO). Ademais, a redução da vasoconstrição no grupo exercitado foi revertida pela incubação com inibidor da superóxido dismutase (SOD), sugerindo atividade aumentada dessa enzima, somado ao aumento da expressão de catalase, reforçando os mecanismos antioxidantes nesse grupo. Todavia, esses benefícios na vasculatura não foram observados em ratos previamente submetidos à sobrecarga de ferro. Em conclusão, apesar dos conhecidos efeitos benéficos do exercício aeróbico na vasculatura, nossos resultados indicam que um estado prévio de sobrecarga de ferro é capaz de impedir o efeito anticontrátil mediado pelo aumento da biodisponibilidade do NO e pela melhora da resposta antioxidante endógena normalmente promovida pelo exercício